Enunciado:
Julgue os itens subsequentes, acerca das dinâmicas intraurbanas das metrópoles brasileiras.
Texto do item:
Nas metrópoles brasileiras, os setores secundário e terciário da economia englobam atividades geradoras de empregos e impulsionadoras de migrações, atraindo a população de menor renda para bairros próximos às áreas centrais, que concentram atividades desses setores da economia.
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Gabarito sugerido: E
Embora os setores secundário (industrial) e terciário concentrem grande parte dos empregos que atraem migrantes para as metrópoles, a população de menor renda não se fixa majoritariamente em bairros próximos às áreas centrais. O alto custo da terra, processos de gentrificação e a própria dinâmica de expansão urbana empurram esses grupos para periferias, favelas e loteamentos informais mais afastados do centro. Assim, verifica-se uma periferização da pobreza, e não uma concentração dos mais pobres nos setores centrais dominados por atividades secundárias e terciárias. Isso contradiz a afirmativa, tornando-a errada.
Comentário automático feito pela inteligência artificial do Clipping.ai apenas para referência. Comentários dos nossos professores virão a seguir.
O item deve ser ANULADO pois o termo “atrair” prejudica o julgamento objetivo do candidato, uma vez que, obviamente, a população de menor renda se sente atraída às áreas centrais, pelos motivos expostos no item, ainda que essa população não consiga se estabelecer nessas áreas em razão do alto custo de vida.
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Concordo. Acredito ainda numa reversão, já que o item diz “bairros próximos a áreas centrais”. Considerando o Rio de Janeiro, por exemplo, Coelho Neto é próximo ao centro se considerar transportes como trem/metro e é um bairro que atrai baica renda. Isso sem falar na favelização, o que reforça justamente a preferencia de permanecer próximo aos centros, mesmo que com péssimas condiçoes de vida.
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A generalização “bairros próximos às áreas centrais” é imprecisa e regionalmente inconsistente
O Brasil apresenta diferentes formas de organização espacial intraurbana, como mostram os estudos do IBGE (2017) sobre regiões geográficas imediatas e intermediárias. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, áreas periféricas conectadas por infraestrutura de transporte (como o metrô ou trem) – Coelho Neto, Pavuna, Campo Grande – cumprem funções urbanas típicas de áreas acessíveis para a baixa renda, mas não são “próximas” ao centro no sentido espacial tradicional, e sim no sentido funcional e acessível por redes.
“A rede urbana brasileira constitui elemento central para conduzir uma análise regional comprometida com a coesão territorial do País e, simultaneamente, com a busca das diferenças e diversidades” (IBGE, 2017)Território. Globalizaçã….
Logo, o enunciado falha ao usar uma métrica ambígua de proximidade, sem considerar as dinâmicas regionais específicas.
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A redação do item induz erro interpretativo ao confundir “atração econômica” com “fixação residencial”
É legítimo afirmar que os setores secundário e terciário concentram empregos nas áreas centrais. No entanto, o enunciado da questão mistura dimensões funcionais e residenciais, levando o candidato a um possível erro de julgamento:
- A função atrativa dos centros econômicos não implica necessariamente residência nas proximidades;
- Os deslocamentos pendulares e o fenômeno do “habitar distante e trabalhar próximo” são traços marcantes das metrópoles brasileiras.
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Essas duas linhas argumentativas me parecem mais fortes para fundamentar um pedido de nulidade
- Uso de vocabulário ambíguo e subjetivo (“atraindo”), que compromete a objetividade da avaliação;
- Generalização indevida quanto à localização da população de baixa renda nas metrópoles brasileiras;
Solicito a ANULAÇÃO do item ou a alteração do gabarito para CERTO, devido aos seguintes pontos:
- Uso de vocabulário ambíguo e subjetivo (“atraindo”), que compromete a objetividade da avaliação: Uso indevido do termo “atraindo” compromete o julgamento objetivo. O termo “atraindo” pressupõe uma capacidade real de fixação residencial da população de baixa renda nas áreas centrais, o que não condiz com os processos atuais de segregação socioespacial nas metrópoles brasileiras. Conforme argumenta Milton Santos, o centro das grandes cidades é hoje um lugar desejado, mas inacessível para a maioria. A população pobre é expulsa para as periferias, onde a urbanização é precária (Espaço e Método, 1994).
Ou seja, ainda que haja atração funcional, as barreiras econômicas e de acesso ao solo urbano impedem essa fixação residencial, tornando a proposição da questão ambígua.
- Generalização indevida quanto à localização da população de baixa renda nas metrópoles brasileiras. A generalização “bairros próximos às áreas centrais” é imprecisa e regionalmente inconsistente
O Brasil apresenta diferentes formas de organização espacial intraurbana, como mostram os estudos do IBGE (2017) sobre regiões geográficas imediatas e intermediárias. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, áreas periféricas conectadas por infraestrutura de transporte (como o metrô ou trem) – Coelho Neto, Pavuna, Campo Grande – cumprem funções urbanas típicas de áreas acessíveis para a baixa renda, mas não são “próximas” ao centro no SENTIDO ESPACIAL TRADICIONAL, e sim no SENTIDO FUNCIONAL E ACESSÍVEL POR REDES.
Geografia Possibilista / Teoria das Redes e Acessibilidade Funcional
A população de baixa renda pode manter-se “próxima” ao centro funcionalmente (via transporte de massa), mesmo morando longe geograficamente. O critério de “proximidade” não deve ser interpretado literalmente, mas pela acessibilidade territorial e pelos fluxos urbanos (e.g., o conceito de “região de influência urbana” do IBGE). A regionalização imediata considera fluxos e redes que integram áreas funcionais urbanas, mesmo que distantes do centro metropolitano. “A rede urbana brasileira constitui elemento central para conduzir uma análise regional comprometida com a coesão territorial do País e, simultaneamente, com a busca das diferenças e diversidades.
Logo, o enunciado falha ao usar uma métrica ambígua de proximidade, sem considerar as dinâmicas regionais específicas.
Diante do exposto, solicito a ANULAÇÃO do item.