Enunciado:
As relações internacionais devem ser consideradas em um mundo de estruturas globais e de mudanças econômicas, políticas e sociais, e, nesse contexto, a política externa brasileira está constantemente frente a desafios globais e regionais. A esse respeito, julgue os itens subsequentes.
Texto do item:
Na perspectiva do estruturalismo da CEPAL, a atualidade nas relações internacionais, com países no centro desenvolvimentista e na periferia subdesenvolvida, decorre de fatores como diferenças tecnológicas entre as atividades primárias e industriais, perspectiva essa que pode ser redimensionada a partir da análise de sistemas-mundo que abrange sociedades como de semiperiferia, segundo o qual determinadas sociedades teriam elementos centrais e periféricos em seu território.
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Gabarito sugerido: C
O item descreve de maneira correta dois marcos teóricos.
- No estruturalismo cepalino (Prebisch, Furtado) a clivagem centro-periferia é explicada, entre outros fatores, pela diferença de conteúdo tecnológico entre as atividades industriais (concentradas no centro) e as primário-exportadoras (predominantes na periferia). Essa desigualdade gera deterioração dos termos de troca e subdesenvolvimento periférico.
- A abordagem dos sistemas-mundo de I. Wallerstein redimensiona essa dicotomia ao introduzir a categoria de semiperiferia: Estados/sociedades que combinam processos centrais e periféricos, isto é, possuem, dentro de seu território, setores altamente industrializados e tecnologicamente avançados e setores especializados em produção primária de baixo valor agregado.
Portanto, a assertiva está em consonância com ambos os referenciais, motivo pelo qual deve ser julgada CERTA.
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Gabarito sugerido: C
A afirmativa está correta. O estruturalismo cepalino, desenvolvido por autores como Raul Prebisch e Celso Furtado, explica a desigualdade dos países no cenário internacional através da clivagem centro-periferia, onde o centro (desenvolvimentista) possui atividades industriais de maior conteúdo tecnológico, e a periferia (subdesenvolvida) permanece com atividades primário-exportadoras e baixo conteúdo tecnológico. Essa diferença tecnológica é causa central das desigualdades de desenvolvimento e da deterioração dos termos de troca para a periferia. O conceito foi redimensionado pela teoria do sistema-mundo de Immanuel Wallerstein, que introduz a categoria de ‘semiperiferia’, para designar sociedades que apresentam, simultaneamente, elementos centrais e periféricos em seu território (exemplo clássico: o Brasil, com setores industriais avançados e setores ainda dependentes do primário-exportador). Por isso, a assertiva está de acordo com esses dois marcos teóricos.
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