Olá, pessoal! Eu fiz a prova pela primeira vez esse ano e tirei 34. Eu sou formada em direito com foco em direito internacional e não tem muito tempo que decidi pela carreira. Estudei com o material do Clipping (questões e as apostilas) desde fevereiro.
Meu rendimento foi mais ou menos o esperado, e eu sei que tem muito mais o que estudar e melhorar para uma próxima vez. Mas vocês acham que esse rendimento foi bom? Uma nota dessa é um bom começo para encarar o CACD?
@65aebdf8723cd0935699, sou nota foi ótima, é um bom começo e, ademais, tem tudo para dar certo. É uma fila, a sua hora vai chegar, não desista.
Esse foi também meu primeiro ano e tive menos tempo ainda de estudo, rs. Acho uma nota boa. Vale lembrar que esse ano foram menos questões, então a tendência é a média geral cair (em número absoluto, não relativo) e você fez pontos que, mesmo com a nota ajustada pela pontuação perdida com erros, ainda correspondem a mais da metade da nota máxima da prova. Provas que penalizam questões erradas, além de estudo, também requerem um pouco de manejo e know-how de como encarar em caso de dúvidas nas assertivas.
Aproveitando, já que é minha primeira vez, achei muitas questões tinham formulações ruins textualmente. Olhando aqui no fórum, não esperava tantas pessoas alegando que pediriam recurso, e imagino que fora do fórum tenha mais gente ainda. É normal ou essa prova foi mais “questionável” que nos últimos anos?
é daí pra pior, camarada.
o choque foi maior esse ano pq a gt achou que a cespe iria melhorar, mas os desvarios continuam.
Acho um rendimento sensacional pra 1.ª vez.
Vamos levar em conta que este CACD teve menos questões e, por isso, devemos esperar uma média menor.
Continue assim.
Cara 65aebdf…
se me permite, vou dar aquela resposta “nem isso, nem aquilo, muito pelo contrário”: depende. Você só vai saber se foi um bom começo para você depois do segundo ou terceiro CACD, já que se trata de uma preparação muito individualizada. Além disso, como disse nosso colega Augusto, a prova se modifica com o tempo.
Com todo respeito, discordo do colega (e demais pessoas) que dizem que o concurso é uma fila. Claro, pensar assim ajuda no lado emocial (que sempre será determinante), ajuda a persistir nos estudos, mas não condiz com a realidade da maioria das pessoas que prestam o concurso. Alguns ficam “na fila” 2, outros 3, 5, 6, 7 ou 10 anos. Outros prestam por 3 anos, deixam de lado, voltam e prestam a prova por 2 anos seguidos, e assim por diante. Há ainda aqueles que têm um começo “excelente” e ficam por 5 anos. Outros tem um começo “péssimo”, mas passam no terceiro ano. Os relatos são variados. Não se trata de uma fila. Infelizmente é mais complexo, e quando você conversa com quem já passou pela prova, os percursos são múltiplos e individualizados. Você tem uma formação que te dá um substrato inicial excelente, para qualquer concurso público aliás, aproveite e siga na preparação para as outras disciplinas com afinco!
P.S.: É meu terceiro CACD, estou com uma pontuação limite para ir para segunda fase. Dependendo das mudanças no gabarito, estou dentro ou fora. Esse é o tipo de coisa que faz parte desse concurso, e nosso lado emocional tem que estar inteiro para lidar com isso. Boa sorte nos estudos!
Mandou muito bem para primeira vez!!!
como CACDista penso que deve se manter o ritmo forte de estudo
Não se iluda. Não há linearidade nos estudos muito menos nas notas, ainda mais com as idiossincrasias desse concurso. No meu caso, apesar de ir melhorando, isso não me garantiu a aprovação em todos os TPS que fiz.
Eu estou como o Adriano, as vezes que passei no TPS foi sempre no limite inferior. Em 2024, devido às cotas para mulheres, acabei ficando de fora, mesmo tendo tirado nota mais alta que em 2023. Foi decepcionante e fiquei três meses sem pegar em nada pra estudar. Só voltei no final de dezembro…
Onde está o ranking da primeira fase?
Português - sujeito aprisionado
“No último período do texto, o autor enfatiza a capacidade que tem o ser humano de expressar o objeto de seu desejo e destaca como esse seu desejo o aprisiona.”
gabarito - CORRETO
O item interpreta corretamente a estrutura lógica do último período do texto: há ênfase na capacidade simbólica do sujeito de falar seu desejo e na forma como esse desejo o constitui e o submete ao mesmo tempo. Isso corresponde a uma crítica refinada à ideia de autonomia racional do sujeito.
Desejo como elemento que aprisiona:
- A continuação: “e se torna sujeito desses desejos que a sujeitam” estabelece um duplo movimento de constituição e subjugação.
- A pessoa se torna “sujeito dos desejos” → ela é constituída como sujeito por meio do que deseja.
- Mas esses desejos “a sujeitam” → há uma dimensão de submissão, de sujeição simbólica.
- Ou seja, o desejo é, ao mesmo tempo, aquilo que constitui e que aprisiona o sujeito — o que corresponde perfeitamente à análise freudiana-lacaniana da constituição do sujeito pelo Outro e pela linguagem.
ANÁLISE FUNDAMENTADA PELO ESTRUTURALISMO
1. A linguagem como estrutura anterior ao sujeito — Saussure, Benveniste, Lacan
O texto ecoa a concepção estruturalista de que a linguagem não é instrumento do sujeito, mas condição de sua existência.
- Para Saussure, a linguagem é um sistema de signos autônomo.
- Para Benveniste, “é na linguagem que o sujeito se constitui como tal”.
- Para Lacan, “o inconsciente é estruturado como uma linguagem” — e o sujeito do desejo é um efeito da cadeia significante.
Assim, “fala seus desejos” não expressa uma vontade pré-existente, mas sim uma produção simbólica do desejo via linguagem.
2. O desejo como efeito do significante — Lacan
Na frase “se torna sujeito desses desejos que a sujeitam”, temos um jogo com o duplo sentido de “sujeito”:
- sujeito como agente simbólico (o que deseja e fala),
- e sujeito como aquele que é submetido, sujeitado ao desejo que emerge da linguagem.
Para Lacan:
“O sujeito do inconsciente é o sujeito do significante.”
Portanto, o desejo não é livre, não é autônomo: ele é produzido pela ordem simbólica, pelas faltas, pelas interdições estruturantes (nome-do-pai, castração simbólica etc.).
O texto explicita isso ao dizer que o sujeito se torna sujeito dos desejos “que a sujeitam” — ou seja, ele é produzido por eles, dominando-o, o que corresponde exatamente à sujeição do sujeito ao Outro (o lugar simbólico da linguagem e do desejo).
O item 13 está corretíssimo à luz da teoria estruturalista da linguagem e da psicanálise lacaniana: ele reconhece que o sujeito fala seus desejos (produção simbólica) e é por eles sujeitado, pois o desejo, para o estruturalismo, não é uma potência livre do eu, mas uma cadeia significante que o constitui e o atravessa.