Questão 2 item 4 - (Português - 1a Fase - CACD 2024). Evidencia-se no texto o emprego de paradoxo, que r

Enunciado:

Um senhor que conheci fez-se uma celebridade em astronomia, com auxílio dos saraus que lhe eram oferecidos pelos amigos (…). E tudo isso com mais uns amigos dedicados a lhe oferecer bailes, por ocasião das suas portentosas descobertas nos céus ignotos, levaram o governo da Bruzundanga a nomeá-lo diretor (…).

Para obviar tais inconvenientes, houve alguém que teve a ideia de “canalizar”, de “disciplinar” o entusiasmo do povo bruzundanguense, entusiasmo tão necessário às manifestações que lá há constantemente, e tão indispensáveis são ao fabrico de grandes homens que dirijam os destinos da grande e formosa República (…).

Lima Barreto. Os bruzundangas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, 2012, p. 106 (com adaptações).

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto II, julgue (C ou E) os itens seguintes.

Texto do item:

Evidencia-se no texto o emprego de paradoxo, que remete, em sentido conotativo, ao oposto daquilo que de fato o narrador afirma.

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ERRADA

No texto apresentado, não se evidencia o emprego de paradoxo, mas sim de ironia. O paradoxo é uma figura de linguagem que consiste em utilizar ideias contraditórias em um mesmo enunciado, gerando um sentido aparentemente ilógico ou absurdo, mas que provoca reflexão. Por outro lado, a ironia ocorre quando se diz o contrário do que realmente se quer expressar, geralmente com intenção crítica ou sarcástica.

No trecho em questão, Lima Barreto utiliza a ironia para criticar a forma como a sociedade da fictícia República da Bruzundanga produz seus "grandes homens". O narrador descreve de maneira aparentemente elogiosa o processo pelo qual um indivíduo se torna uma celebridade em astronomia, não por méritos científicos reais, mas graças aos saraus e bailes oferecidos pelos amigos e ao entusiasmo manipulado do povo. Ao afirmar que tal entusiasmo é "tão necessário" e "tão indispensável ao fabrico de grandes homens", o narrador está, na verdade, satirizando essa prática.

Desse modo, o sentido conotativo presente no texto sugere o oposto do que é afirmado literalmente, característica da ironia e não do paradoxo. Portanto, a afirmação é errada ao indicar o uso de paradoxo, quando a figura de linguagem utilizada é a ironia.


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