Questão 4 item 3 - (Português - 1a Fase - CACD 2024). Os prefixos presentes nas palavras que designam as

Enunciado:

Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.
Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estaria absolutamente presente.
A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como conclui Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.
O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.
Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de sua interpretação. As imagens que detrataram o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.
Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.
De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Alguns de seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Ainda em relação ao texto III, julgue (C ou E) os itens a seguir.

Texto do item:

Os prefixos presentes nas palavras que designam as correntes “monogenista” e “poligenista” remetem às distintas hipóteses sobre a gênese da humanidade, que contrapõem a unidade da espécie à diversidade racial.

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CERTA

Os prefixos "mono-" e "poli-" nas palavras "monogenista" e "poligenista" referem-se, respectivamente, às ideias de "um" e "muitos" em relação à "gênese" ou origem da humanidade. Esses prefixos são fundamentais para entender as diferentes hipóteses sobre a origem da espécie humana que surgiram no debate científico e filosófico.

  • Monogenismo: A corrente monogenista defende que toda a humanidade tem uma origem comum, descendendo de um único ancestral ou de um único centro de criação. Isso enfatiza a unidade da espécie humana, sugerindo que todas as diferenças observadas entre os povos são resultado de variações culturais ou adaptações ambientais ao longo do tempo, e não de origens separadas.

  • Poligenismo: Já a corrente poligenista propõe que as diferentes raças humanas tiveram origens independentes, a partir de vários centros de criação. Isso implica que as diferenças raciais têm uma base biológica fundamentada em origens distintas, o que contrapõe a ideia de unidade da espécie e enfatiza a diversidade racial inerente.

No texto III apresentado, há a menção desse debate:

"De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Alguns de seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas."

Esse trecho evidencia que os prefixos "mono-" e "poli-" não são meras partes das palavras, mas carregam significados essenciais que refletem as hipóteses discutidas sobre a origem da humanidade. O monogenismo relaciona-se com a visão igualitária da Ilustração, que promove a ideia de que todos os seres humanos compartilham a mesma origem e, portanto, têm igual valor intrínseco. Por outro lado, o poligenismo foi utilizado para justificar doutrinas raciais que argumentavam a existência de raças superiores e inferiores, baseando-se na noção de origens distintas.

Assim, os prefixos remetem diretamente às distintas hipóteses sobre a gênese da humanidade, sendo os termos "monogenista" e "poligenista" representativos das correntes que contrapõem a unidade da espécie à diversidade racial.


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