Resposta:
A afirmação é CERTA.
O domínio do dólar durante grande parte dos últimos 75 anos é considerado, por alguns economistas, uma “anomalia histórica”. Isso se deve ao fato de que, antes do predomínio do dólar no sistema monetário internacional, havia uma maior diversidade de moedas e padrões monetários que coexistiam e interagiam no cenário global.
Primeiramente, antes do estabelecimento do padrão-ouro no século XIX, não havia uma moeda internacional dominante. Diversos países utilizavam padrões monetários baseados em metais preciosos, como o ouro e a prata, e sistemas bimetálicos, que combinavam ambos os metais. Nesse contexto, ouro e prata circulavam simultaneamente, e o valor relativo entre eles variava conforme as condições de oferta e demanda, bem como as políticas monetárias dos países.
Essa diversidade gerava um sistema monetário internacional mais multipolar, onde nenhuma moeda ou metal exercia domínio absoluto. A interação e a coexistência de blocos bimetálicos refletiam um equilíbrio entre diferentes economias e suas preferências monetárias, sem a hegemonia de uma única moeda.
Em segundo lugar, no período entre as duas grandes guerras mundiais (1918-1939), o cenário monetário internacional passou por transformações significativas. A libra esterlina, que havia sido a moeda dominante durante o padrão-ouro clássico (aproximadamente de 1870 a 1914), começou a perder sua hegemonia devido aos impactos econômicos da Primeira Guerra Mundial sobre o Reino Unido.
Simultaneamente, o dólar americano emergiu como uma moeda importante no cenário internacional. Os Estados Unidos, ao saírem fortalecidos economicamente da Primeira Guerra Mundial, tornaram-se um credor internacional e sua moeda ganhou destaque. Assim, tanto a libra esterlina quanto o dólar contribuíram para o estoque de liquidez global, visto que ambas as moedas eram utilizadas nas transações internacionais e mantidas como reserva pelos países.
No entanto, esse período foi marcado por instabilidade monetária e concorrência entre moedas, sem que houvesse um único padrão internacionalmente aceito. Foi somente após a Segunda Guerra Mundial, com o estabelecimento do sistema de Bretton Woods em 1944, que o dólar consolidou sua posição como a principal moeda de reserva internacional. Nesse sistema, o dólar foi fixado ao ouro (US$35 por onça troy), e as demais moedas fixavam suas taxas de câmbio em relação ao dólar, que se tornou a âncora do sistema monetário internacional.
Desde então, o dólar tem mantido uma posição dominante nas transações internacionais, nas reservas dos bancos centrais e nos mercados financeiros globais. Alguns economistas consideram esse longo período de hegemonia do dólar uma "anomalia histórica", pois contrasta com a diversidade e o equilíbrio entre múltiplas moedas que caracterizavam os sistemas monetários anteriores.
Em resumo, a afirmação está correta ao apontar que:
- Antes do padrão-ouro, havia a coexistência e interação entre diferentes padrões monetários (ouro, prata e sistemas bimetálicos), sem a hegemonia de uma única moeda ou metal.
- No período entre as duas guerras mundiais, tanto a libra esterlina quanto o dólar americano desempenhavam papéis importantes, contribuindo para o estoque de liquidez global.
- O domínio prolongado do dólar nos últimos 75 anos é visto por alguns economistas como uma "anomalia histórica", considerando que, historicamente, o sistema monetário internacional foi mais plural e menos concentrado em uma única moeda.
Portanto, a afirmação é CERTA, pois reflete corretamente a visão de que o domínio do dólar é uma situação atípica quando comparada ao contexto histórico anterior, marcado por uma maior diversidade monetária e pela coexistência de várias moedas influentes no cenário internacional.
Comentário automático feito pela inteligência artificial do Clipping.ai apenas para referência. Comentários dos nossos professores virão a seguir.