Resposta: ERRADA
Quando as importações de um país superam suas exportações, ou seja, quando o país apresenta um déficit na balança comercial, isso contribui para um déficit em conta-corrente. A conta-corrente engloba não apenas a balança comercial (diferença entre exportações e importações de bens e serviços), mas também as contas de rendas primárias (remuneração de fatores de produção, como juros, lucros e dividendos) e rendas secundárias (transferências unilaterais, como remessas de trabalhadores e doações).
Um déficit em conta-corrente significa que o país está gastando mais em transações correntes com o resto do mundo do que está recebendo. Para equilibrar o balanço de pagamentos, esse déficit precisa ser compensado por um superávit na conta capital e financeira. Isso ocorre porque, pelo princípio das partidas dobradas que rege a contabilidade do balanço de pagamentos, a soma dos saldos das contas deve ser igual a zero:
\[ \text{Conta-Corrente} + \text{Conta Capital e Financeira} + \text{Erros e Omissões} = 0 \]
Portanto, quando há um déficit em conta-corrente, necessita-se de um superávit na conta capital e financeira, o que implica na entrada líquida de capitais estrangeiros no país. Contudo, afirmar que essa necessidade de financiamento ocorrerá necessariamente por meio da aquisição de empréstimos externos é incorreto.
A conta capital e financeira inclui diversas modalidades de fluxos de capitais, tais como:
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Investimentos Diretos: Entrada de capital estrangeiro para investimentos produtivos de longo prazo, como a instalação de empresas ou aquisições no país.
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Investimentos em Carteira (Portfólio): Investimentos em títulos, ações ou outros instrumentos financeiros de curto ou médio prazo.
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Outros Investimentos: Empréstimos, depósitos, créditos comerciais e outros ativos e passivos financeiros de curto ou longo prazo que não se enquadram nas categorias anteriores.
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Derivativos Financeiros: Instrumentos financeiros derivativos ligados a ativos financeiros ou commodities.
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Variação de Reservas Internacionais: Alteração nas reservas cambiais do país, que pode ser utilizada para financiar temporariamente um déficit em conta-corrente.
Portanto, o financiamento de um déficit em conta-corrente pode ocorrer por meio de:
- Investimento Estrangeiro Direto (IED): Empresas estrangeiras investindo em operações produtivas no país.
- Investimentos em Carteira: Estrangeiros comprando ações e títulos nacionais.
- Empréstimos Externos: Governos, empresas ou instituições financeiras tomando empréstimos no exterior.
- Redução de Reservas Internacionais: Utilização das reservas cambiais do país para cobrir déficit temporariamente.
- Outros Fluxos Financeiros: Incluindo créditos comerciais e outros passivos.
Assim, embora a obtenção de empréstimos externos seja uma das formas de financiar um déficit na conta-corrente, não é a única. A afirmação torna-se errada ao indicar que a necessidade de financiamento ocorrerá necessariamente por meio da aquisição de empréstimos externos, desconsiderando as outras formas de financiamento disponíveis na conta capital e financeira.
Conclusão: A afirmação está ERRADA porque simplifica e restringe as formas de financiamento de um déficit em conta-corrente à aquisição de empréstimos externos, ignorando que o país pode atrair diversos tipos de capitais (como investimentos diretos ou em carteira) ou utilizar reservas internacionais para equilibrar seu balanço de pagamentos.
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