Questão 65 item 1 - (Economia - 1a Fase - CACD 2024). O chamado conflito distributivo se incluía entre a

Enunciado:

O problema mais visível da economia brasileira, na segunda metade do século XX, era a inflação, que, mesmo nos anos de fraco desempenho do PIB (1981/1983), não cedia. Já em 1980, a inflação havia superado os 100%, e os esforços realizados nos primeiros anos da década (1981 e 1982) apenas a haviam reduzido marginalmente.

F. Giambiagi et al. Economia brasileira contemporânea 1945-2010 – 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2011, p. 101 (com adaptações).

A respeito do período de hiperinflação dos anos 1980 e dos correspondentes planos de combate à inflação, julgue (C ou E) os seguintes itens.

Texto do item:

O chamado conflito distributivo se incluía entre as hipóteses levantadas para explicar a continuidade da inflação como o resultado de uma tentativa constante de apropriação de uma fatia maior da renda por cada grupo de interesse — por exemplo, trabalhadores buscavam aumentos de salários, enquanto empresários buscavam reajustar os preços de seus produtos.

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Resposta:

A afirmativa está correta.

Durante os anos 1980, o Brasil enfrentou um período de hiperinflação persistente. Diversas hipóteses foram levantadas para explicar a continuidade desse fenômeno inflacionário, e entre elas destaca-se a teoria do conflito distributivo.

De acordo com essa teoria, conforme apresentado no contexto fornecido, a inflação era resultado de uma disputa contínua entre diferentes grupos da sociedade (trabalhadores, empresários e governo) pela apropriação de uma parcela maior da renda nacional. Cada grupo buscava aumentar seu poder de compra ou preservar sua margem de lucro em um processo que, somado, ultrapassava a capacidade real da economia.

No trecho do livro "Economia Brasileira Contemporânea (1945-2010)" citado no contexto, lê-se:

“[…] os proponentes do ‘Pacto Social’ defendiam que a inflação no Brasil resultava de uma disputa entre os diversos setores da sociedade por uma participação maior na renda nacional — o chamado ‘conflito distributivo’. Nele, cada grupo buscava se apropriar de uma parcela da renda maior para si, que, somadas, eram incompatíveis com a renda agregada da economia. Assim, a cada momento, uma parcela da população conseguia aumentar sua fatia na renda real através da reivindicação de um aumento de seus rendimentos (por exemplo, aumentos nominais de salários). No momento seguinte, porém, outro grupo reivindicava o direito ao aumento (seguindo o exemplo, os empresários subiam os preços de seus produtos), corroendo o ganho real obtido pelo primeiro, e assim sucessivamente.”

Esse ciclo de reajustes de salários e preços criava uma espiral inflacionária. Por exemplo, quando os trabalhadores conseguiam aumentos salariais para compensar a perda do poder de compra, as empresas, visando manter suas margens de lucro, aumentavam os preços dos produtos. Isso, por sua vez, levava os trabalhadores a exigirem novos reajustes salariais, e o processo se repetia.

Portanto, a afirmação de que o conflito distributivo era uma das hipóteses levantadas para explicar a persistência da inflação está de acordo com os conceitos apresentados no contexto. A inflação era vista não apenas como um fenômeno monetário, mas também como resultado das tensões entre diferentes grupos sociais tentando aumentar ou preservar sua participação na renda nacional.

#ae


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