Resposta:
A afirmativa está CERTA.
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), sob o governo de Getúlio Vargas, a música foi efetivamente considerada um importante elemento educativo e de propaganda para difusão dos ideais do regime. O governo utilizou a música como meio de promover valores nacionalistas, cívicos e de exaltação ao trabalho e à família, alinhados com a ideologia autoritária e centralizadora do Estado Novo.
O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em dezembro de 1939, desempenhou um papel central nesse processo. O DIP era responsável por controlar, censurar e orientar as produções culturais, incluindo a música, para garantir que elas estivessem de acordo com os objetivos do regime. A ação do DIP se estendia à rádio, ao teatro, ao cinema e a outras formas de expressão artística, funcionando como um instrumento de propaganda e educação cívica em uma época em que o rádio era o principal veículo de comunicação de massa.
No que se refere ao samba, o gênero musical recebeu especial destaque. O samba, sendo uma expressão autêntica da cultura popular brasileira, foi incorporado como símbolo da identidade nacional que o governo pretendia promover. Contudo, houve uma intervenção direta do Estado na sua produção e divulgação. Sambas que exaltavam a malandragem ou que continham referências que não alinhavam com os ideais do regime eram censurados ou modificados.
Como mencionado no contexto fornecido, "o Estado não ficou alheio às músicas ouvidas pelos brasileiros, e censurou letras como o samba de Wilson Batista, que cantava ‘ter orgulho de ser tão vadio’. No seio da exaltação ao trabalhismo, criação da CLT, da carteira de trabalho, o sambista passaria a cantar outras estrofes, feliz por ir trabalhar no bonde da cidade." Isso evidencia que o DIP promovia artistas e composições que exaltavam o homem trabalhador e a família, valores centrais para o ideário do Estado Novo.
Além disso, a promoção de músicas com temáticas cívicas e apologéticas da ordem e do trabalho alinhava-se com a proposta do governo de construir uma identidade nacional unificada, suprimindo diferenças e promovendo a homogeneização cultural. A música, nesse sentido, servia como ferramenta para inculcar nos cidadãos os valores e comportamentos desejados pelo regime.
Dessa forma, a afirmativa é correta ao afirmar que, durante o Estado Novo, a música era considerada um importante elemento educativo e que o samba recebeu especial destaque, com o DIP promovendo artistas e peças musicais que exaltavam o homem trabalhador e a família. Essa estratégia fazia parte da política cultural do governo Vargas, que buscava usar a cultura como meio de legitimar o poder e difundir seus ideais autoritários e nacionalistas.
Referências ao contexto:
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A intervenção do DIP na música popular: O DIP controlava as produções musicais, censurando letras que não estivessem de acordo com os ideais do regime e promovendo aquelas que exaltavam o trabalho e a família.
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Exemplo de Wilson Batista: O sambista teve letras censuradas e adaptadas para se adequar à nova realidade imposta pelo Estado Novo, passando a cantar estrofes que celebravam o trabalho.
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Uso da música como elemento educativo: A música foi utilizada como ferramenta para educar a população nos valores cívicos e nacionalistas promovidos pelo governo, contribuindo para a construção de uma identidade nacional alinhada com os ideais do Estado Novo.
Conclusão:
A política cultural do Estado Novo incorporou a música, especialmente o samba, como veículo de propaganda e educação cívica, promovendo artistas e composições que exaltavam o trabalhador e a família. Isso confirma a assertiva apresentada, estando em consonância com o contexto histórico e os conceitos vistos sobre o período.
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