Questão 5 item 3 - (Português - 1a Fase - CACD 2024). Ao chamar o Rio Doce de Watu (terceiro parágrafo),

Enunciado:

Assim como aquela senhora hopi que conversava com a pedra, sua irmã, tem um monte de gente que fala com montanhas. No Equador, na Colômbia, em algumas dessas regiões dos Andes, você encontra lugares onde as montanhas formam casais. Tem mãe, pai, filho, tem uma família de montanhas que troce afeto, faz trocas. E as pessoas que vivem nesses vales fazem festas para essas montanhas, dão comida, dão presentes, ganham presentes das montanhas. (…)

O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. (…)

O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas. (…)

A conclusão ou compreensão de que estamos vivendo uma era que pode ser identificada como Antropoceno deveria soar como um alarme nas nossas cabeças. (…)

Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Em relação a aspectos linguísticos e estilísticos do texto IV, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

Texto do item:

Ao chamar o Rio Doce de Watu (terceiro parágrafo), o autor emprega uma metáfora.

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Item: Ao chamar o Rio Doce de Watu (terceiro parágrafo), o autor emprega uma metáfora.

Resposta: Errado.

Justificativa:

No trecho citado, o autor Ailton Krenak diz: "O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas." Aqui, o autor não está utilizando uma metáfora ao chamar o Rio Doce de Watu; ele está, na verdade, usando o nome que a etnia Krenak dá ao Rio Doce em sua própria língua nativa.

Além disso, ao referir-se ao rio como "nosso avô" e afirmar que "é uma pessoa, não um recurso", o autor emprega a figura de linguagem chamada prosopopeia ou personificação, que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou a entidades não humanas. Nesse caso, o rio é personificado como um ancestral, um membro da família, o que reflete a visão de mundo e a relação espiritual dos Krenak com a natureza.

Portanto, não se trata de metáfora, mas de personificação e do uso do nome tradicional do rio na língua Krenak. A metáfora é uma figura de linguagem que estabelece uma comparação implícita entre dois elementos diferentes, transferindo características de um para o outro. No caso em questão, não há essa transferência metafórica, mas sim a atribuição de características humanas ao rio.


Referência:

  • Metáfora: figura de linguagem que consiste em empregar uma palavra ou expressão em um sentido que não lhe é comum ou próprio, estabelecendo uma comparação implícita.

  • Personificação (Prosopopeia): figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados, animais ou conceitos abstratos.


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