Enunciado:
Considerando o período do Regime Militar no Brasil, julgue (C ou E) os itens a seguir.
Texto do item:
A tese do pragmatismo responsável da política exterior do Brasil durante o Regime Militar baseava-se na autonomia do Itamaraty frente às questões internas.
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ERRADA
A afirmação está errada. A tese do pragmatismo responsável da política exterior do Brasil durante o Regime Militar não se baseava na autonomia do Itamaraty frente às questões internas. Pelo contrário, a política externa desse período foi conduzida de forma centralizada pelo governo militar, com o Itamaraty seguindo as diretrizes estabelecidas pelo alto escalão governamental, especialmente pelo presidente e pelo Ministério das Relações Exteriores.
Explicação detalhada:
Durante o regime militar brasileiro (1964-1985), especialmente no governo do General Ernesto Geisel (1974-1979), houve uma mudança significativa na política externa brasileira, com a adoção do chamado pragmatismo responsável ou pragmatismo ecumênico e responsável. Essa política buscava ampliar e diversificar as relações internacionais do Brasil, estabelecendo conexões com países de diferentes sistemas políticos e econômicos, sem alinhamentos automáticos e priorizando os interesses nacionais.
Importante destacar que:
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Subordinação do Itamaraty ao governo militar: O Itamaraty, durante todo o regime militar, esteve subordinado às diretrizes estabelecidas pelo governo central. Os diplomatas e o corpo técnico do Ministério das Relações Exteriores executavam a política externa conforme as orientações do governo, sem autonomia frente às questões internas. As decisões estratégicas em política externa eram tomadas pelo presidente e pelo Conselho de Segurança Nacional, refletindo os interesses e percepções do regime autoritário.
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Motivação estratégica e econômica: A adoção do pragmatismo responsável não foi resultado de uma autonomia do Itamaraty, mas sim de uma estratégia deliberada do governo militar para responder às mudanças no cenário internacional e às necessidades econômicas do país. Com o crescimento econômico nos anos anteriores e diante de desafios como a crise do petróleo de 1973, o governo Geisel percebeu a necessidade de buscar novos parceiros comerciais e fontes de tecnologia, bem como de afirmar a soberania brasileira no contexto global.
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Controle centralizado e abertura gradual: O regime militar era caracterizado pelo controle centralizado das decisões políticas, incluindo a política externa. Qualquer iniciativa diplomática buscava alinhamento com os objetivos internos do governo, que visavam à segurança nacional, ao desenvolvimento econômico e à manutenção do poder. O conceito de "pragmatismo responsável" incluía a ideia de uma abertura controlada e gradual, tanto interna quanto externamente, sem ameaçar a estabilidade do regime.
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Contexto internacional da Guerra Fria: A mudança na política externa brasileira também se relacionava com a distensão da Guerra Fria e a busca por maior autonomia frente aos blocos hegemônicos. Contudo, essa reorientação era conduzida pelo governo militar como parte de sua estratégia de posicionamento internacional, e não devido a uma iniciativa autônoma do Itamaraty.
Conclusão:
A tese do pragmatismo responsável não se baseava na autonomia do Itamaraty frente às questões internas, mas sim em uma decisão estratégica do governo militar de diversificar e fortalecer as relações internacionais do Brasil, visando ao desenvolvimento nacional e à afirmação da soberania brasileira no cenário global. O Itamaraty desempenhou um papel técnico e operacional dentro das diretrizes estabelecidas pelo governo, sem autonomia em relação às políticas internas.
Comentário automático feito pela inteligência artificial do Clipping.ai apenas para referência. Comentários dos nossos professores virão a seguir.
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Eu tenho acordo com a resposta do bot. @ProfJoaoDaniel tem motivos para estar como correta?
Eu acho que a alternativa admite dupla interpretação em razão de ser extremamente genérica. Admite a autonomia do MRE frente a ideologia do regime. Mas também de que não se levou em conta as questões internas, como a necessidade de diversificar as parcerias, o uso da PEX como balão de ensaio. Eu vou pedir para anular.
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